Você já imaginou o que sua mente tem de processar compreender um texto simples? É o resultado do trabalho coordenado de milhões,
quiçá bilhões, de neurônios só para garantir o foco necessário à compreensão do
conteúdo. Além disso, no processo é envolvida memória suficiente para guardar várias letras,
palavras e frases, cujo significado depende do contexto no qual elas são
inseridas.
Ler é incrível!
Diante de tanto esforço biológico não é de se estranhar que as pessoas tenham dificuldade para aprender a ler, principalmente as crianças em período pré-escolar que sequer tema acesso à educação básica de qualidade, tal como as pessoas que têm alguma criança na família sabem e presenciaram durante da pandemia de COVID/19.
Toda essa dificuldade tem um motivo simples: ler não é natural. Ela depende de longos anos de aprendizagem para que um indivíduo comece a dar os primeiros passos nessa arte, e durante todo o percurso é
preciso muita, mas muita paciência para adquirir proficiência nela.
Segundo o professor Mortimer J. Adler,
filósofo e teórico da educação norte-americana, as pessoas deixam de ler, ou
leem pouco, porque não são ensinadas a ler depois da alfabetização. Ele
argumenta que a aprendizagem da leitura é um processo contínuo e deve ser
equiparado a uma arte dividida em 4 níveis: a) elementar (etapa de
alfabetização); b) inspecional (leitura rápida para saber o conteúdo da obra ou
documento); c) analítica (ler para saber); d) sintópica (ler várias obras e
comparar as ideias nelas contidas).
Felizmente o professor Adler, em conjunto com Charles Van Doren, publicou em 1972 uma obra prima chamada Como LerLivros: O Guia Clássico para a Leitura Inteligente, um best-seller recheado de dicas, técnicas e argumentos irresistíveis, em especial, a leitura ativa. Ou seja, para os autores não basta correr os olhos por um texto, é necessário saber do que o autor quer te convencer, quais as ideias dele, se você concorda ou não, e o porquê.
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Atualizado em 28/07/2024