Como o
paradigma respondente não é suficiente para descrever todas as relações de
controle entre o comportamento e o ambiente, B.F. Skinner propôs um novo
modo de pensar: o paradigma operante (ou modelo de seleção pelas
consequências), que prevê comportamentos que tem sua probabilidade de
ocorrência alterada em função das suas consequências, conhecidos como comportamentos
operantes por meio de contingências de reforçamento.
Essas contingências
de reforçamento são as relações entre um comportamento e uma consequência que
aumente sua probabiliade de ocorrência, ou seja: “Uma contingência é uma
relação de dependência entre eventos. No caso da contingênia de reforçamento,
temos uma relação de dependência entre um comportamento e sua consequência”.
Comparando-se
os comportamentos respondente e operante temos que:
A aprendizagem
pelas consequências possui 4 espécies de controle de comportamento: o reforço
positivo, o reforço negativo, a punição positiva e a punição
negativa. Os três últimos são considerados modos de controle aversivo.
A consequência
reforçadora positiva surge quando um comportamento tem como consequência a adição
de estímulos ao ambiente qye tornam mais provável a repitação do comportamento
em questão. Por outro lado, o reforçamento negativo opera pela retirada do estímulo
do ambiente, subdividindo-se assim em comportamento de fuga e comportamento de esquiva.
A fuga se
refere aos comportamentos que retiram
estímulos do ambiente, como no caso de uma pessoa que ao escutar um som alto
tapa os ouvidos para não escutar o barulho. Já a esquiva se refere aos
comportamentos que adiam a apresentação do estíulo aversivo, como no caso do
empregado que sai mais cedo de casa para evitar ou crítica do chefe, ou quando
um motorista reduz a velocidade do seu veículo ao se aproximar do lugar que
haverá a fiscalização para evitar a multa.
A punição
é um procedimento tido como eficaz que deve ser evitado em razão dos seus diversos
efeitos colaterais, e opera reduzindo a probabilidade de ocorrência do
comporamento indesejado. Ela será positiva quando se caracterizar pela
apresentação de um estímulo ao ambiente, e negativa quando houve a retirada de
um estímulo reforçador positivo
Os comportamentos operantes também estão sujeitos à extinção, chamada de extinção operante, cujo resultado final é o retorno da frequência do comportamento ao seu nível operante, ou seja, à mesma frequência de quando esse comportamento não era sistematicamente reforçado. Tal retorno ao nível operante, contudo, não é imediato, e ocorre de forma gradual. O tempo de retorno ao nível operante é conhecido como resistência à extinção, sujeita a variáveis como o número de reforçamentos anteriores, custo da resposta e o esquema de reforçamento no qual a resposta era mantida
Imagem
retirada do livro de referência, pg. 110)
Também é
importante destacar a diferença entre o procedimento de extinção operante e o
de punição. Na extinção operante uma consequência reforçadora deixa de ser
produzida pelo comportamento que anteriormente a produzia, ao passo que na
punição a consequência reforçadora continua a ser produzida pelo comportamento,
embora outra consequência, que reduz a probabilidade de o comportamento
ocorrer, passa a ser produzida por ele.
Nem sempre
é possível reforçar determinado comportamento para que sua frequência aumente.
Muitas vezes é necessário realizar tal processo por meio de outros
comportamentos similares já existentes por meio de aproximações ao mesmo tempo
que se extinguam variações de comportamento que se distanciem do comportamento
desejado. Tal procedimento é chamado de modelagem comportamental
ou reforçamento diferencial de
aproximações sucessivas de um comportamento-alvo.
REFERÊNCIAS
MOREIRA,
Márcio Borges. Princípios Básicos de Análise do Comportamento – 2ª E.d., Porto
Alegre: Artmed, 2019. Pgs. 109-112