Neste mês de outubro fomos bombardeados por profecias e vídeos que prometem um evento catastrófico, ou, pelo menos, transformador, para o dia 31/10/2023 (dia possivelmente escolhido para coincidir com o Halloween). Cada influencer diz uma coisa, uns falam de abertura de portais, afrouxamento dimensional, ataque de entidades trevosas e até apocalipse, chegam até a utilizar o nome de personalidades espíritas famosas, como o dr. Bezerra de Menezes, para tentar ganhar maior credibilidade em seus conteúdos.
Pois bem, se é verdade que existimos num mundo espiritual, e que pessoas com dons extraordinários existem entre nós, também é que haja pessoas mal-intencionadas, cuja única predisposição é propagar o medo, a discórdia e às vezes até massacres. Basta observar a história para perceber que em diversos momentos, como na tragédia de Jonestown, onde um falso profeta levou mais de 900 pessoas ao suicídio coletivo, houve atuação desses indivíduos.1
64. A doutrina de um juízo final, único e universal, pondo fim para sempre à humanidade, repugna à razão, por implicar a inatividade de Deus, durante a eternidade que precedeu à criação da Terra e durante a eternidade que se seguirá à sua destruição. Que utilidade teriam então o Sol, a Lua e as estrelas que, segundo a Gênese, foram feitos para iluminar o mundo? Causa espanto que tão imensa obra se haja produzido para tão pouco tempo e a benefício de seres votados de antemão, em sua maioria, aos suplícios eternos.2
Por isso, independentemente do que o futuro nos reserve enquanto indivíduos, povo e nação, não devemos dar atenção a falsos profetas, que induzem o alarmismo em troca de audiência sob o nome de figuras amadas como Jesus, Chico Xavier, Bezerra de Menezes ou qualquer outra. Lembremo-nos que o espírito é imortal e a destruição do corpo físico não é nada, senão a mera troca de veste, que a vida continua e tudo está nos planos de Deus e da espiritualidade maior.
1https://www.bbc.com/portuguese/geral-46258859
2A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Págnina 351, item 64, disponível em https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/A-genese_Guillon.pdf