A BREVIDADE DA VIDA

 




Pode-se viver 10, 30 ou até 90 anos e ainda sim a vida será breve. Não que haja pouco tempo entre o nascimento e a morte, mas porque existem tantas ocupações no dia a dia que normalmente sobram poucos momentos para usufruir aproveitar a vida. Afinal de contas, quanto tempo da própria vida é realmente vivido para si e não por outros?


Não dispomos de pouco tempo, mas muito. Nós é que desperdiçamos nosso tempo com bobagem1


A quantidade de tempo roubada todos os dias surpreende qualquer um (é sério, experimente baixar um aplicativo para mapear seu tempo no celular e veja por si mesmo). Pode ser uma ligação de marketing, uma passada na sala do chefe, um momento a sós com a contabilidade, um estresse no trânsito e até o ciúme daquela pessoa…. Quantas vezes na semana realmente há espaço na mente das pessoas para elas pensarem no que quiserem, para refletir sobre a vida e aproveitar os momentos ao lado das pessoas próximas e indispensáveis?


É preciso durante toda a vida aprender a viver e, o que talvez cause maior admiração, é preciso durante toda a vida aprender a morrer2


Sêneca dizia que de ocupação em ocupação o tempo anda mais rápido, e que se os ocupados não tiverem tempo para si, terão de ter para a morte. Triste realidade, não? Isso me faz pensar na correria que as pessoas têm todos os dias. São tantos compromissos e tantas tarefas! Duvido que todas elas sejam tão importantes assim.


[…] Viveis como se sempre havereis de viver, nunca vos ocorreu vossa fragilidade, não observais quanto tempo já transcorreu. Desperdiçais como se de uma fonte plena e abundante, quando, nesse ínterim, exatamente aquele dia que é doado a uma pessoa ou a uma tarefa talvez seja o último. Tendes medo de tudo como mortais, desejais tudo como imortais. Tu vais ouvir muitos dizendo assim “a partir dos cinquenta anos vou me retirar, aos sessenta me libertarei de minhas obrigações”. E quem tomas como fiador de uma vida tão longa? Quem irá aceitar que as coisas se passem tal como dispões? Não te envergonha reservar para ti essas sobras de vida e destinar ao aprimoramento da alma apenas esse tempo que não podereis empregar em mais nada? Quanto é tardio começar a viver só quando é hora de terminar!3


A vida não é uma corrida, cada coisa tem seu tempo e lugar e absolutamente nada nesse mundo é capaz de devolver o tempo gasto. Pode-se ganhar milhões em um dia, mas não se pode recuperar um segundo vivido. Como você que usar seu tempo?


É próprio de um grande homem, daquele que está acima dos erros humanos, não permitir que tomem nada de seu tempo


1Página 13, da do livro Sobre a brevidade da vida. Vide referência

2Página 16, da do livro Sobre a brevidade da vida. Vide referência

3Página 13, da do livro Sobre a brevidade da vida. Vide referência


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REFERÊNCIAS


Sobrea brevidade da vida. Sobre a firmeza do sábio: Diálogos / Sêneca;tradução José Eduardo S. Lohner. – 1ª Ed. – São Paulo:Penguin Classics Companhia das Letras, 2017



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