André
Luiz, numa de suas incontáveis incursões pela Crosta Terrestre, acompanhou o
processo de reencarnação de dois espíritos. O primeiro seria numa família
centrada, com pais que tentavam acertar suas condutas à elevada moral, o segundo
onde a mãe passava por profunda obsessão de cunho sexual.
Nosso
autor espiritual observou que o pai da primeira família resistia à vinda do
espírito reencarnante porque era seu antigo desafeto, tendo-o aceitado com o tempo.
Durante aquele processo a família foi envolvida por um cordão de proteção e
isolamento espiritual para afastar influências nefastas do ambiente familiar, o
que garantiu uma gestação saudável à genitora. Já no caso do segundo espírito a
situação era terrível porque a conduta irresponsável de sua mãe, que não seguia
orientações médicas e preferia se entregar aos excessos de sexo e álcool, causava-lhe
interferência na formação do corpo físico. Segundo André Luiz:
O caso Volpíni era muito diferente do processo de reencarnação verificado em casa de Raquel. A forma física embrionária demonstrava machas violáceas, revelando dilacerações. Pequeninos monstros, somente perceptíveis ao nosso olhar, nadavam no líquido amniótico, invadindo o cordão umbilical e apropriando-se da maior parte do delicado alimento reservado ao corpo em formação. Toda a placenta era assediada por eles, provocando-me terrível impressão.[1] (g.n.)
O acontecimento mais surpreendente deste relato ocorreu quando André adentrou no bem mobiliado aposento da jovem mãe, que não era protegido como o da outra família. Ao revés, era vigiado por três entidades monstruosas, de horrenda figura que conversavam entre si para combinar medidas detestáveis. Lá ele os escutou dizer:
- Não sei por que arte infernal vem resistindo o intruso. Depejá-lo-emos na primeira oportunidade (falando do reencarnante)
- Quando isso ocorre – disse outro - é que há “mãos de anjos” trabalhando por trás.
-Pois que vão para o Inferno! - exclamou o que parecia mais cruel.
- Veremos quem pode mais. Cesarina já nos pertence noventa por cento. Atende perfeitamente aos nossos propósitos. Por que um filho intrujão em nossos planos? É preciso combater até o fim.
- No entanto – considerou o terceiro, que, até então, se mantinha em silêncio -, há mais de seis meses estamos trabalhando em vão por alijá-lo!
- Temos, porém, conseguido muito - tornou o mais revoltado -; não creio que ele se possa aguentar por muito tempo. Talvez hoje façamos o resto. Um filho viria roubar-nos, talvez, a boa companheira com que contamos agora. Todas as atenções dela convergiriam para ele e o nosso prejuízo seria enorme, mas, se existem “mãos de anjo” trabalhando, temos “mãos de demônios” para agir também. Já vencemos duas vezes; por que não vencer agora, igualmente?
- E se o filho vier – considerou um dos interlocutores- certamente virá o esposo de regresso. Não poderemos conservá-lo à distância, por mais tempo, caso isso se verifique.
- Isto, nunca! - respondeu o adversário mais feroz, com inflexão sinistra. [2]
LIVROS RECOMENDADOS
REFERÊNCIAS
[1]
Retirado da página 265 do livro de referência
[2]
Retirado das páginas 261 e 262 do livro de referência